31.3.09

È um mundo cão

Senhor, tenha dó de mim...
Da minha doença, do meu vício, da minha soberba e ambição.
Tenha dó do mundo onde eu me criei
E do meu orgulho que sinto por nele ter sido criado.
Tenha dó das minhas desilusões
Por nunca estar satisfeito com nada,
Por nunca estar completo.
Isso não é uma música do Cazuza ou talvez seja.

Tenha dó de mim por falar tanto “que se foda” e pensar
O quão foda é a vida e que a gente se fode pra sobreviver -
Não gosto de gastar palavrão com poesia
E nem de gastar rima à toa
Mas às vezes eles começam a sair...
Soltos.
E quando isso acontece, é sério.
Quando o teclado escreve sozinho, é bom.
Quando a lágrima não escorre, é o cotidiano.
E a noite passa com você dando risadas com vídeos baratos,
Com você fodendo mulheres baratas,
Você fazendo um trabalho que é um barato...
Curtindo baratos
Que no final saem caro.

Mas que se foda.
Porque já é tarde e logo mais o sol vai sair
E você vai abrir aquele sorriso colorido,
E vai dar um alô a quem cruzar pela rua,
Você vai ser um cara legal
E todos vão gostar de você,
Você vai gostar de você,
Você vai se amar.
Quero dizer,
Vai olhar para o espelho como quem diz eu te amo ou
Eu te odeio.
Eu quero passar o resto da vida ao seu lado.
Vamos nos foder juntos,
Vamos nos foder
Eu e você,
Meu espelho,
Minha tela de computador,
Minha pulga atrás da orelha.

Vamos procriar as pulgas.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

"Quando a lágrima não escorre, é o cotidiano." Pode crer, é isso mesmo...

10:53 PM  

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